sábado, 17 de julho de 2010

Férias!

Estou de férias minha gente!!
De férias, sozinho (por enquanto), no norte de Moçambique onde a esta altura do ano o calor não falha.
Desde o inicio de Julho que vivo numa perguicite aguda, que nem vou descrever pois até me envergonho!!
O estágio acabou dia 30 do mês passado. Dia 3, a maioria dos 40 e poucos "inov's C14" que trouxeram sangue novo a Maputo durante 6 meses, entrou no avião para "a ultima viagem inov contacto", a do regresso a casa!
Foi o fim de uma etapa, o fechar de um ciclo!
Sobrámos apenas 4 ou 5 moribundos vagabundos, que por razões de trabalho (excesso ou falta dele) adiámos voos.
Encontrar nova casa, abrir conta, mudanças, acertar um infindável numero de pormenores pendentes, descansar, gozar ao máximo pela despedida eminente da ilha mágica/miradouro do meu quarto e da minha nave de sonhos, a minha enorme cama/alcofa, foi como passou semana e meia em Maputo!
3 horas de viagem a sobrevoar Moçambique rumo à fronteira com a Tanzania fazem me chegar à cidade de Pemba, sede de município e capital da província de Cabo Delgado. Com cerca de 150 mil habitantes, a cidade encontra-se situada à saída da baía de Pemba, vulgarmente considerada a terceira maior do mundo, na sua margem sul.
Em 3 dias fui dando avanço à melamina e fiquei a desfrutar quase todas as horas de luminosidade no areal da praia do Wimbi.
Com um budget de férias inexistente e forçado ao mais lowcost possível, numa cidade cujas características geográficas implicam um custo de vida mais caro, instalei-me numa tenda de frente para o Wimbi onde para chegar à zona em que encontro restauração, obriga-me a uma longa caminhada pela praia, devolvendo-me o regresso feito sempre de noite, uma caminhada bem mais longa de cerca de uma hora, pela estrada de terra batida que rodeia o infinito areal, praticamente sem luz e sem ver vivalma. Antes de ter chegado a este humilde poiso, ainda passei ao engano na pensão Lys no centro da cidade.
Parem além disso, a minha viagem de condições humildes, tem também a registar que a dieta, forçada pela contenção de custos, teve de se converter essencialmente ao marisco...
...enfim, uma vida muito dura!

Praia, luz, azul, calor, natureza...
Encontro-me no meu puro regozijo e contemplação!

Amanhã chega a Sandra e então irá começar a viagem!

















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Location:Mozambique

quinta-feira, 17 de junho de 2010

South Africa Kruger National Park


Cá estão tal como prometido as fotos do Kruger!
Era impossível colocar apenas uma ou duas, tinha mesmo de colocar todas.
Assim é só clicar na imagem que ela redirecciona-vos para o album do Picasa.
Enjoy!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Ultima hora!!!

Noticias de ultima hora...

Vou ficar em Moçambique!

domingo, 13 de junho de 2010

Notícias

Tem estado complicado para conseguir deixar aqui um pouco da minha atenção...
O tempo tem passado a voar e nunca pára!
Há muito que não alimento este espaço, porque, projectado pela força centrifuga desta roda viva, também não tenho parado...
Desde há mês e meio, este é o primeiro fim de semana de ronha que passo em Maputo.
Estou claramente a queimar os cartuchos que me restam.
Fiz anos!
Obrigado!
Recebi a visita da minha querida irmã, que veio como que tapar  um buraquinho de saudades, que teima em alargar à medida que cada dia passa e mais próximo fico do voo de regresso.
Já penso muito em estar aí desse lado...
Antes de todos estes fins de semana de viajem, estive cerca de mês e meio sem sair de Maputo e por isso foi muito merecida a ida pela primeira vez à África do Sul, para me banhar em natureza em toda a sua força.
Agora que faço uma retrospectiva, vejo que foi um privilégio ter feito com a minha irmã estas pequenas viagens (apesar dos cerca de 2500 km percorridos em solo Africano).
Já não vos consigo descrever em pormenor pois já faz tempo mas a sensação que ficou é imensa!
As paisagens são magnificas e não acabam (apesar de o céu não ter sido um grande parceiro).
Chega até a abalar um pouco a nossa noção interior de dimensões e espaço....
Fim de semana seguinte (este "mais comprido"), rumo de novo ao Tofo. Desta vez, numa viajem mais intimista tendo ido só com a minha irmã e com a Sandra. O tempo voltou a não cooperar o que permitiu que a viagem fosse mais tranquila e relaxada, passando mais tempo connosco próprios.
A turbulência aconteceu só mesmo de jipe, com um tempo terrível a dificultar ainda mais o atravessar as estradas do demónio que tivemos de percorrer e num carro cheio de manias! Carácter próprio da marca, com o qual já estava familiarizado de outras experiências.
Esta regresso ao Tofo, que para além do deleite daquela paz que naquele sitio se vive, trouxe também, apesar da chuva persistente, a visita à capital de província de Inhambane que pela qual passei a correr da primeira vez e que agora permitiu umas boas imagens!
O regresso a Maputo contou com uma paragem no lago do Bilene, para a mariscada que brindou o regresso à província da capital intactos. Talvez pela altura do ano e pelo mau tempo, o Bilene já não me pareceu o mesmo...
Sexta-feira arranco de novo e desta vez, para o Reino da Suazilândia, para ir ao festival anual Bush Fire.
A minha praia nunca foi festivais mas este valeu a pena!
No meio das montanhas (diz se por aqui que a Suazilândia é a Suíça de África), com uma vista bestial, com um friosinho nada bestial e um ambiente muito nice, bastante Áfro e bastante roots ao relembrar as performances vistas de rituais e danças tradicionais Swazis.
Ficamos num lodge dentro de um Game Park, que me permitiu ver os primeiros animais de grande porte em África no seu ambiente natural, como o caso do hipopótamo no lago, que nos saudou com a sua enorme bocarra escancarada, javalis, Impalas, zebras, macacos.
A casa era uma cabana bem grande, feita com várias camadas de caniço, muito confortável e proporcionou-nos uma noite deliciosa.
A Suazilandia aproximou-me à ideia de África, tal como a tinha concebido na minha cabeça.
Apesar de ser um pais vizinho, tal como a África do Sul, estes têm uma enorme diferença para com Moçambique, nota-se que há regras e que são respeitadas!
No entanto a Suazilândia é um dos países mais pobres de África e o pais com a esperança média de vida mais baixa do mundo de apenas 33 anos, condicionada pela elevadíssima taxa de HIV da população.
E por fim, o ultimo fim de semana de viagens anterior a este em que descanso e saboreio o meu cantinho no 11º andar sobre o Índico, foi marcado pelo regresso à África do Sul, desta, para ver bicharada a sério.
South Africa Kruger National Park!
E aqui tenho dificuldade na descrição...
Foi um pouco cansativo pois o Kruger é enorme, com uma área de aproximadamente 19mil km2, basicamente arranhamos um cantinho do Kruger e fartamos-nos de fazer quilómetros horas a fio, em busca da bicheza.
Não facilitou o não conseguirmos na véspera, encontrar sitio onde dormir dentro do parque, por estar já tudo cheio, o que implicou ter de sair para vir dormir ao bed & breakfast onde ficámos alojados.
Os animais estão na maior, aliás, eles é que são os maiores!
Somos visitantes que eles toleram até com um certo desinteresse na sua própria casa...
Girafas e mais girafas...
De repente, tenho uma fila indiana de cinco a atravessarem a estrada na maior descontracção do mundo na sua pose sempre perfeita...
Manadas de elefantes no seu reabastecimento de água matinal, de nos fazerem ficar parados 20 minutos de carro desligado a olhar para eles enquanto para ali gingavam pachorrentos...
Impalas sem fim para alimentar a bicharada carnívora...
Muitas mesmo...
Manadas de búfalos a olhar para mim com um ar bem zangado enquanto aliviava o meu xixi e os observava...
Elefantes sozinhos ou acompanhados, girafas idem, búfalos, rinocerontes, gnus, zebras, macacos, crocodilos, lagos a perder de vista cheios de hipopótamos, elefantes a banharem-se em outros lagos a perder de vista...
Só vendo mesmo!
Faltou o leão, o rei, dar o ar de sua graça mas nesse fim de semana, nem ele nem o leopardo estiveram para isso...
Gazeta!
A África do sul é um excelente exemplo da rentabilização e organização da natureza em prol do turismo, em harmonia com a exploração agrícola.
E enfim, cá ando...
As ultimas semanas têm sido bastante preenchidas e não tenho tempo para nada, comecei a sério a minha demanda de emprego e ando em entrevistas.
Entre os milhares de afazeres, comecei também o trabalho chato e complicado da procura de casa, pois muito lamentavelmente não vou poder continuar na que estou (e os 11 andares sem elevador mantêm-se e já doem bastante).
Vamos ver o que acontece nos próximos episódios....
O regresso está para breve (não sei se temporário apenas...) apesar de ter adiado o voo por mais um mês.
Blyde River Canyon
"Suuweet" nas estradas do demo
Quissico
Inhambane
O nosso Machimbombo - Awindawe awindawe...
O nosso pardieiro de repouso na praia do Tofo - Quase que um castelo para os dias que correm...
 
Pumba
Garotas
Us & Afro Caps @ Swaziland Bush Fire Fest
 
Bush Fire
Logo à noite venho cá para limar as arestas e colocar as fotos que ainda faltam do Kruger

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Chapa

Há uma boa temporada que não dou novidades é bem verdade, mas os últimos tempos, desde a ida ao Tofo, não foram presenteados com mais nenhuma escapatória de Maputo que me faça deixar-vos aqui um relato para que fiquem com água na boca.
Neste ultimo mês no entanto aconteceram algumas coisas, umas muito boas e outras que pelo contrario, me valeram uns belos apertos no coração, mas qualquer uma delas foge ao registo que este blog tem construído e são despropositadas para aqui as expor.
Assim sendo, o meu relato deste post é focado na minha primeira experiencia de chapa.
Desde que cá cheguei que tenho como ideia que a experiencia de andar de chapa era algo a cumprir na minha lista de vivencias nesta terra.
Até agora nunca aconteceu porque na verdade, praticamente não tenho necessidade de me deslocar de chapa. Moro perto do sitio onde trabalho e ando essencialmente a pé.
De qualquer maneira o bichinho da curiosidade continuava a morar em mim a cada vez que os vejo passar hiper-lotados, com cerca de mais de 30 passageiros além dos 9 ou 12 lugares disponíveis no veiculo.
O que eu não poderia imaginar é que a minha primeira experiencia num chapa seria a conduzi-lo!
Não interessa estar a descrever a historia que me levou a esta situação, apenas que conduzi "o comum transporte publico" de Moçambique, de uma zona para lá de periférica da cidade de Maputo até à cidade da Matola, que será qualquer coisa como a Amadora em relação a Lisboa.
Foi uma curtição, Toyota Hiace, podre o quanto baste (há umas por cá a circular bem carregadas, tão podres que parece que se desintegram se alguém der um espirro e isso só não acontece porque dentro desses chapas carregados, as pessoas vão tão apertadas e tão umas em cima das outras que não há margem para espirrar), com uma caixa de 4 velocidades verdadeiramente feita num 8...
Quase que me senti um verdadeiro "Chapeiro" ao passar pelas paragens apinhadas e pelos sinais para parar em qualquer beira de estrada confusa...
Mudando de assunto, este post transforma este blog numa espécie de embrulho para o presente que tenho para ti Vicência.
Esta tarde tive de me deslocar à embaixada, fui munido da minha máquina fotográfica e adivinha?
...fui perguntar pelo teu pai!
Lá apareceu, um pouco perplexo a tentar perceber o que se estava a suceder e no meio de um encontro rápido (que eu fui lá de fugida ao meu trabalho e o senhor também estava no dele), lá contou a historia de como vieste para Portugal de vez, com dois anos, um traumatismo craniano e nunca mais se viram...
Trocámos números e ficamos de falar com mais calma (não sei quando, que estou apinhado de coisas para fazer) e um colega (não percebi se era chefe), fartou-se de gabar os "patos" que o teu pai faz em casa e que eu devia lá ir, ele insistiu que sim e que eu levasse uma amiga eheheheh =)
Estou a ver que me espera um fim de semana de patuscada com o teu pai!!

Beijos, também do teu pai!
A máquina
Sr. António

terça-feira, 13 de abril de 2010

Tchilar Maningue

Que raio...
Dei por mim a pensar, como é que eu não fiz ainda este post tão óbvio??
Tchilar Maningue, as palavras que fizeram o meu blog acontecer. Isto sem dúvida que daria "pano para mangas", muito há para contar...
É um momento curioso para eu me lembrar de escrever sobre este tema, pois entre os mais variados factores, encontro-me quase a meio da experiência sobre a qual tenho escrito ao longo de todos estes post's, e, ao deparar-me com esta consciência, dou por mim a olhar para o calendário e a contabilizar os dias que restam....
Mais curioso ainda é, hoje durante o decorrer do dia, no meio da agitação de rotina,  sem qualquer relação (pelo menos consciente), ter comprado um relógio de pulso a um "bro" (certamente falsificado ou contrabandeado), logo eu que detesto usar relógio...
Consigo sentir que estou a viver um sonho e ele é real!
Estando aqui, consigo estar longe, como também ir para longe de mim, e onde quer que esteja, sinto-me bem!
Há qualquer coisa de leve...
Já nem sei como retomar deste divagar...
The clock is ticking
O tempo é o meu pior inimigo!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Mais coisas giras...

Deixando-me de contar histórias, passo a falar de fragmentos.
Continua a ração de atum com grande frequência, continua o calor, apesar de o tempo ter arrefecido um pouco e de os Moçambicanos se queixarem de frio.
Entrei para um ginásio (esta é espectacular)...
O meu ritmo de trabalho e consequentemente de dia-a-dia mudou um pouco, cansado de andar a encher chouriços (vida de estagiário), virei-me para o meu chefe e disse-lhe literalmente que: "qualquer dias abres uma charcutaria à porta da empresa só com os chouriços que eu para aqui ando a encher".
Resultado, levei logo com dois estudo para cima, para abrir a pestana que até estala (como diz alguém que eu conheço). Está a ser mais interessante, acho que se adequa mais ao meu ritmo e ao meu perfil, embora eu ache que ainda não fiz nada do outro mundo...
A consequência desta mudança é que voltei a não ter uma rotina muito certa de horários, são 21:05 aqui e estou na empresa a escrever-vos esta mensagem de fugida, enquanto espero que dois dos nossos inquiridores acabem o seu trabalho.
A media de saída da empresa passou a roçar as 22h, tendo picos pontuais de 3h da manhã e o horário de entrada passou a ser às 7h (isto inclui fins de semana), mas estou a gostar mais.
Com estes horários, não tenho ido ao ginásio pois não tenho tido tempo (e sinto falta), mas para compensar, o elevador do meu prédio avariou e a minha ginástica diária passou a ser "Step" de 11 andares...
As ratazanas continuam por ai, polulam como coelhos. Convivemos com elas num limbo delicado de quem sabe que o adversario se encontra na eminencia de se apoderar da cidade.
Uma noite destas ia a entrar em casa por volta das 3h da matina e sai uma disparada de um compartimento ao lado do elevador do predio, em direcção à garagem que parecia um lobo. Ainda tive de me desviar que ela vinha toda lançada de unhas a derrapar no ladrilho e ainda se despistava contra mim...
Falando em casa, 4 bichos (somos nós) a habitá-la, a consumir água e luz, com uma maquina de lavar que anda todo o santo dia, ar condicionados e afins, creio que pagámos uma conta correspondente a 30€ (que é dividida por 4) de água e luz somadas, este mez passado.
NICE!